Durante a gravidez é importante estar atenda a tudo o que você está comendo, afinal, você está comendo por dois, e por isso é muito comum surgirem preocupações sobre o que comer e o que evitar.
Existem muitos fatos e mitos sobre quais alimentos são seguros, prejudiciais ou benéficos, e como a dieta pobre em carboidratos está se tornando cada vez mais popular muitas futuras mamães e pesquisadores do mundo inteiro querem saber dos efeitos da dieta low carb na gravidez.
Um estudo recente sugere que uma dieta baixa em carboidratos pode aumentar o risco de defeitos congênitos. O estudo intitulado de “Dietas com pouco carboidrato podem aumentar o risco de defeitos no tubo neural” foi publicado na revista acadêmica Birth Defects Research, e nele, os pesquisadores analisaram dados do National Birth Defects Prevention Study – Estudo Nacional de Prevenção de Defeitos de Nascimento – para bebês concebidos entre 1998 e 2011 e concluíram que 1.740 mães de bebês com casos de natimortos e anencefalia, onde falta parte do cérebro ou crânio, ou espinha bífida, onde a medula espinhal não fecha completamente e 9.545 mães de bebês nascidos sem defeitos de nascimento.
Como resultado, eles descobriram que menos de 95 gramas de carboidratos por dia antes da concepção aumentaram em 30% as chances de ter um bebê com feito no tubo neural.
Essa mudança de 30% é uma mudança no risco relativo, sendo que o risco absoluto de dar à luz à um bebê com defeito no tubo neural é de cerca de um em 1.700 nascimentos, portanto, qualquer alteração no risco absoluto ainda é muito pequena.
A ingestão de carboidratos antes da
concepção foi estimada a partir de questionários relacionados a frequência
alimentar, o que a torna imprecisa e um enorme problema na pesquisa em
nutrição, já que em média, os pesquisadores entrevistaram mulheres até nove
meses após a darem à luz e pediram que recordassem como era a sua dieta durante
o ano anterior à gravidez. Você rapidamente consegue lembrar de quantos
carboidratos comeu há um ano e meio atrás?
E conforme os autores relataram, a ingestão
de folato era o que mais importava “Nossas
medidas de carboidratos e ácido fólico não são independentes, pois ambas provêm
do mesmo alimento relatado”. A ingestão alimentar estimada de folato entre
as mulheres que restringem a ingestão de carboidratos foi menos da metade da de
outras mulheres, e por isso, sabe-se que o consumo insuficiente de folato causa
defeitos no tubo neural, portanto, é muito mais plausível que essa seja a
verdadeira causa.
Conclusão
Em resumo, as dietas focadas no baixo consumo de carboidrato não são extremamente prejudiciais ao crescimento do feto desde que as necessidades de micronutrientes sejam atendidas e a mãe não esteja tentando perder peso, no entanto, a sabedoria das culturas tradicionais aponta para uma necessidade crescente de carboidratos durante a gravidez, e a restrição desses nutrientes pode ter implicações a longo prazo na saúde metabólica e na capacidade de consumir uma grande variedade de alimentos.
Sendo assim, alguns especialistas recomendam consumir uma ingestão de moderada a alta de carboidratos com cerca de 75 a 150 gramas durante a gravidez ou amamentação, a menos que uma dieta pobre em carboidratos esteja sendo usada terapeuticamente para tratar uma condição específica como a diabetes gestacional.
Se você pensa em seguir a dieta low carb na gravidez, você precisa conversar sobre isso com o seu médico para que possam ver o que é melhor para você e para o seu bebê. Nunca faça dietas sem acompanhamento profissional durante a gravidez.